Vamos falar de coisas chatas, mas importantes? Coisas como “opinião” e o “relacionamento abusivo”.
Primeiro, vamos contextualizar o que é uma opinião. De acordo com o site Priberam:
o·pi·ni·ão
(latim opinio, -onis)
Substantivo feminino
1. Modo de ver pessoal. = IDEIA
2. Juízo que se forma de alguém ou de alguma coisa.
3. Adesão pessoal ao que se crê bom ou verdadeiro. = CONVICÇÃO, CRENÇA
4. Manifestação das. ideias individuais a respeito de algo ou alguém (ex.: dar a sua opinião). = PARECER, VOTO
5. Credo político. (Também usado no plural.) = CRENÇA
6. [informal] Sentimento exagerado de orgulho ou confiança em si próprio. = AMOR-PRÓPRIO, PRESUNÇÃO
Ou seja, opinião é uma ideia, convicção ou crença em algo, a manifestação INDIVIDUAL de uma IDEIA. Tendo isso em mente, vamos começar a falar sobre como aplicar isso no meio literário e para explicar o motivo desse texto, vou colocar algo que ocorreu a um tempo e me fez pensar que as pessoas não entendem o significado dessa palavra.
Outro dia, fiz uma resenha de um livro “x”, colocando um pouco sobre a história e o que achei dela, além de ter gostado imensamente do livro. Apesar de haver alguns pontos que achei que precisava melhorar, nada tirou os meus sentimentos pela a história que a autora criou. Apenas para você, leitor, entender o motivo da pequena discussão: A história é de um jogador de futebol americano, que ainda está na faculdade e enfrenta sérios problemas com os pais. Tendo um jeito explosivo, meio marrento, muito bad boy, meio ciumento e possessivo, ele precisa lidar com os pais e os sentimentos ”exagerados” dele, para conseguir ficar com a mocinha. Uma garota que perdeu cedo os pais, sofre de alguns traumas, tende a fugir dos problemas, é inteligente e está vivendo pela primeira vez “o amor de sua vida”. Durante a história, você vê que inicialmente o mocinho foi sim um completo babaca, mas foi aprendendo a lidar com os problemas pessoais e emocionais para conseguir ficar com a sua garota.
Pois bem, eis que depois de postar a resenha do livro e falar que amei sim, demais a história, uma pessoa veio e falou que relacionamento do casal era abusivo, que o livro romantizava esse relacionamento abusivo e que nada justifica o comportamento “idiota” do mocinho, além de deixar claro que isso não é uma “questão de opinião, é fato”. Eu, como blogueira e leitora, sempre fiz questão de respeitar as OPINIÕES alheia. Creio que isto é algo importante, primeiramente, porque cada um lê e interpreta de uma forma e segundo, pensando que cada um compreende de modo diferente, não sou eu a mudar a mente de ninguém, não sou eu a obrigar a alguém ter a mesma opinião que a minha.
Acho que no meio literário, ultimamente, a questão de relacionamentos abusivos, violência contra a mulher e diversos outros temas importantes, vem sendo bem discutido e sou grata por isso, ajuda as pessoas a compreenderem que existe e que precisa ser combativo, no entanto, pessoas que veem TODO relacionamento dessa forma, precisa de ajuda. Acreditar que TODOS os relacionamentos têm que ser mamões com açúcar é algo totalmente errado. Ler um livro até o final e compreender a história, são coisas importantes. Existem diversos tipos de relacionamentos, não somente aquele “amorzinho e amorzinha” e não somos ninguém para julgar. Há quem goste de “sexo mais forte”, da mesma forma que há quem goste de mamãe e papai. Naquela história, do livro citado acima, o mocinho não a forçou ser outra pessoa, a ter um relacionamento, a não deixa-lo, todas as decisões foram tomadas pela mocinha. Ela quis ir para cama com ele, ela quis partir, ela quis voltar, ela quis estudar perto dele, a mocinha fez as escolhas dela. Acho que é importante deixar claro, que quando a mocinha tem o poder de tomar as decisões, de escolher, não é um relacionamento abusivo. E para quem tem dúvida sobre o que é e como começar a identificar um relacionamento abusivo, confere algumas coisas que o site Wikihow listou:
- Zomba ou constrange você na frente dos amigos e da família?
- Minimiza suas conquistas ou não incentiva você a conquistar seus sonhos?
- Faz com que você se sinta incapaz de tomar decisões?
- Usa da intimidação, culpa e ameaças para obter sua complacência?
- Diz o que você deve ou não vestir?
- Fala como deve deixar ou pentear o cabelo?
- Diz que você não é nada sem ele ou que ele não é nada sem você?
- Te trata de maneira grosseira sem o seu consentimento, beliscando, agarrando, empurrando ou até agredindo?
- Faz várias ligações por noite ou aparece para garantir que você está onde disse que estaria?
- Usa as drogas e álcool como desculpa para dizer coisas indelicadas ou para abusar de você?
- Te culpa pela maneira com que age ou se sente?
- Faz pressão para fazer sexo, mesmo que você ainda não se sinta preparado?
- Dá a sensação de que “não há como sair” do relacionamento?
- Evita que você faça outras coisas que gosta, como ficar perto da família e de amigos?
- Não deixa que saiam de um lugar após uma briga ou abandona você em algum lugar após um desentendimento, só para “ensinar uma lição”?
Existem outras coisas que irão te ajudar a identificar, deixo aqui alguns sites para auxiliar a identificar os sinais.
Enfim, esse foi mais o meu desabafo do que qualquer outra coisa. É tão cansativo as pessoas generalizarem TUDO como relacionamento abusivo, não saberem RESPEITAREM a opinião alheia e principalmente, desejarem que TODOS pensem IGUAL a você.
É isso, um dia, escrevo mais sobre alguma coisa que esteja me incomodando.
Beijos de luz.
“opinião”, in Dicionário Priberam da
Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/opini%C3%A3o [consultado em
11-06-2018].
Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/opini%C3%A3o [consultado em
11-06-2018].