[RESENHA] A chuva no meu Sertão - Juliana Parrini
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[RESENHA] A chuva no meu Sertão – Juliana Parrini

por Mari Vieira
A Chuva no meu Sertão é um livro que soube me cativar, além de quebrar vários estereótipos e falar de assuntos importantes.
Narrativas ambientas no Nordeste são as mais difíceis, principalmente quando se foge dos estereótipos, mas se aborda questões sociais de imenso valor. Devo aplaudir de pé, Juliana Parrini soube quebrar os paradigmas da xenofobia e do preconceito linguístico, criando um dos melhores livros que eu já li em toda minha jornada como leitora.
Em um lugar castigado pela seca, no Nordeste brasileiro, Joana nasceu, filha do meio de cinco irmãos, ela conheceu logo cedo o que é passar pelas piores privações, passou fome, enfrentou o preconceito de ser a garota pobre que vendia doces na porta da igreja, ou pedia pão duro para ajudar a alimentar à sua família. Num lugar castigado pelo Sol, dominado pelos os maiores poder aquisitivo, ela aprendeu a ser feliz com o pouco que seus pais podiam lhe dar, aprendeu a enxergar bênção, enquanto todos viam maldição.
A narrativa é intercalada entre o passado e o presente, em ambos os cenários encontramos Joana, mas em um deles ela já venceu na vida, tornou-se uma respeitada empresária no ramo da moda. Mas seu passado faz-se presente, inclusive quando alguma revista retrata que ela “venceu na vida”, o tipo de coisa que acompanhamos quando alguém trabalha duro e consegue algo, contudo, quando vem do Nordeste a pessoa venceu alguma coisa, é como se todos vivessem lá estivessem tentando vencer algo.
Joana casou-se com Pedro, e ambos juraram nunca retornar ao Sertão, mas um telefonema de uma sobrinha de Joana muda completamente o rumo da vida desta mulher. Ela retorna a Água Branca, e com seu retorno algumas feridas não cicatrizadas são mexidas.
Teodoro é o filho mais velho do Barão de Água Branca, sempre teve uma vida “boa”, mas seu encontro com Joana o faz perder o rumo. Os anos se passaram, sendo violentamente acusado pelo próprio pai de ser o responsável pelo acidente que ceifou a vida de sua mãe, Teodoro carrega consigo algumas dores, e o peso de tantas outras coisas que sequer o tempo conseguiu abrandar o fardo.
Impossível escrever mais sem soltar um grande spoiler, uma história aborda questões tão reais, o cuidado da autora com cada detalhe, o arco forte dos personagens, até dos secundários, as dores e sentimentos palpáveis, impossível não se emocionar.
Obrigada Juliana, poucas pessoas conseguem entregar tanto sem apelar para a mesmice, a música Asa Branca sem dúvidas deve fazer parte da sua playlist.
  • Capa
  • Diagramação
  • História
  • Personagens
  • Revisão
5

Ficha Técnica

A chuva no meu Sertão por [Juliana Parrini]“Abandonar tudo o que não te faz seguir em frente é a maior prova de amor-próprio.”

Tudo o que Joana queria era poder esquecer o passado na sua cidade natal, no Sertão Alagoano. Filha do meio de cinco irmãos, ela vivenciou a escassez enraizada por gerações e migrou para São Paulo em busca de reescrever sua história, longe das mágoas que a feriram profundamente.
Mas Joana não esteve sozinha: Pedro, seu amigo de infância, compartilhava com ela o mesmo desejo por uma nova vida e, juntos, embarcaram na incerteza de viver longe de todos.
Dona da própria sorte, Joana conquistou mais do que jamais poderia desejar: casou-se com Pedro e constituiu uma família. Porém, em algum momento a vida cobraria dela as consequências de alguns assuntos inacabados, até perceber que sua resistência ao passado era, na verdade, uma vestidura para que a dor e a culpa não a atingisse.
Teodoro teve uma vida completamente oposta da família de Joana. Filho dos autodenominados Barões de Água Branca – os mais ricos da cidade – sempre foi favorecido por essa condição e pela proteção exagerada dos seus autoritários pais. Amigo de Pedro quando ainda eram adolescentes, Téo sentia-se vazio naquela pequena cidade… até conhecer o brilho da flor mais linda do sertão: a sua Açucena. Embora a vida não fosse justa, Téo nunca poderia acreditar que o seu futuro seria ao avesso do que havia almejado.
Dividida em dois tempos: 1991 e 2012, “A chuva no meu Sertão” conta a história de três personagens reais que tocarão seu coração. Três histórias entrelaçadas pelo poder da amizade e do amor, contrastadas pela pobreza e pela riqueza.
Uma trama repleta de reencontros dolorosos, culpas e mentiras que inundarão o leitor com uma enxurrada de sentimentos conflitantes.

Número de páginas: 596 páginas
Editora:
Classificação Indicativa: +18

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