A Devolvida nos dá uma escrita envolvente, com muito drama e lágrimas.
Sua adaptação com a nova família é bastante complicada pois ela costumava levar uma boa vida com até então, os pais que ela considerava os seus verdadeiros, frequentava boa escola, praticava esportes e dança, mas na nova vida se sentia uma intrusa, além de tudo precisou enfrentar a dura realidade que a família vivia, com todas as dificuldades que passavam, que incluíam problemas na estrutura familiar, educacional e higiene.
Ela acreditava que tinha sido devolvida por sua mãe estar doente, no fundo, a menina ainda tinha esperança de que sua mãe melhorasse e enfim, ela poderia voltar para sua casa, pois não aguentava mais viver com aquelas pessoas que ela não tinha nenhum tipo de afinidade.
O que ela não contava, era que o tempo passasse e nada daquela situação estivesse perto de mudar. A menina, tem a sua adaptação prejudicada inclusive na escola, pois passou a sofrer bullying dos alunos, tudo isso em decorrência da inveja, pois ela era inteligente, acima da média e superava a todos. Ela era uma menina muito quieta, sempre perdida nos seus próprios pensamentos, pois ela ficava o tempo todo tentando entender o motivo pelo qual foi rejeitada, o que havia acontecido, e o que teria feito de mal para precisar passar por tudo aquilo.
A trama é narrada em primeira pessoa pela própria protagonista, que em nenhum momento nos diz seu nome, mas diante de toda sua história e de tudo que ela passa, o seu nome é o que menos importa. O sofrimento dela é tão comovente, que sentimos o tempo todo a vontade de pegá-la no colo e tirar ela daquela família que não desperta nenhum tipo de sentimento nela.
A escrita autora é tão envolvente desde o início e nos choca durante os capítulos narrados pela personagem. A intenção é transmitir impacto e causar emoção.
Para os fãs de drama pesado, o livro é uma ótima pedida. Preparem os lenços, pois as lágrimas vão cair e o coração irá ficar apertado em vários momentos durante a leitura. A empatia pela personagem cresce a cada página e a nossa esperança, é tão grande quanto a dela, que família que a criou desde sempre volte e a leve para onde nunca deveria ter saído.
A Editora Faro, fez um excelente trabalho na capa, não encontrei nenhum erro ortográfico, diagramação e revisão impecáveis. Nunca havia lido nada da autora, e minha primeira experiência foi muito positiva.
Recomendo muito a leitura!
Ficha Técnica
Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos. Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas.Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina.
“Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”.
Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.
Número de páginas: 160 páginas
Editora: Faro
Classificação Indicativa: +16